domingo, 3 de agosto de 2014

Auto sabotagem- Eu, às vezes, puxo meu próprio tapete- inveja de mim mesmo (a)

Auto sabotagem- Eu, às vezes, puxo meu próprio tapete- inveja de mim mesmo (a)

1 de agosto de 2014 às 20:49
Eu, às vezes, puxo meu próprio tapete- auto sabotagem-inveja de mim mesmo(a)


Como disse Omar Ali Shah, o mestre sufi contemporâneo Agha, em Agosto de 1989, na Espanha:
“Um dos impactos mais danosos da culpa é o quanto ela age como impedidora da chegada das bênçãos.” 
O Trabalho interno é muito mais árduo que imaginamos. Na caminhada de “volta para casa”, faz-se necessário um guia confiável que já trilhou esse caminho, pois temos um inimigo interno poderoso-inconsciente – uma porção “puxa para trás”, ou auto sabotagem, que é um dos grandes vilões de nossa história.
Que o Todo, o Absoluto, Deus, nos ajude a nos tornarmos conscientes disso cada dia mais e facilitar o trabalho da vida que insiste em FLUIR em nós…..
“Quando o buscador tenta colocar os ensinamentos em prática, ele se dá conta de que carrega dentro de si uma resistência muito grande para realizar aquilo que conscientemente tanto deseja. Esse tem sido o ponto central do estudo que eu tenho oferecido aos buscadores, que é identificar essa parcela da personalidade que está trancada em negação e que sabota a felicidade; que sabota todos os esforços que o indivíduo conscientemente faz em direção à prosperidade, à saúde, à harmonia, à união e à paz.” Sri Prem Baba

Rumi, místico sufi, também abordou a auto sabotagem no séc. 13:“Quem faz as mudanças?Disparo uma flecha à direita, cai à esquerda Cavalgo atrás de uma gazela e acabo perseguido por um javali. Conspiro para conseguir o que quero e termino na prisão. Cavo buracos para trapacear a outros e caio neles. Devo suspeitar do que quero….” 

Tartang Tulku, iniciando seu livro “Gestos de Equilíbrio” diz: “As pessoas estão dispostas a ir para a guerra e até a abrir mão de suas vidas por uma causa, mas elas não conseguem abrir mão das causas de seu sofrimento”.

Auto-sabotagem na minha linguagem: Quando nós mesmos colocamos casca de banana em nosso caminho para acontecer uma queda, quando nós mesmos deletamos uma oportunidade ou uma situação altamente positiva que já estava certa e pronta para acontecer. Tudo isso é do nicho dos bastidores, é tudo não disponível à consciência; essa auto sabotagem é sombra, há que colocar luz nela, há que acordar para ela, há que desmascará-la cada vez que se der conta da atuação “puxa para trás” dela. Pode ser chamada também de inveja de si mesmo(a), que é infinitamente pior e danosa que a inveja que vem dos outros. Para se livrar dela – da auto-sabotagem – fique atento(a) e una-se por dentro, através de uma meta forte, de um propósito firme. Arregimente todos as suas divisões, fazendo delas um exército único. Com essa força, faça com que tudo dentro de você tome seu partido, siga o vetor de suas metas e propósitos, alinhando-os com os planos superiores.
Torne-se uma UNIDADE. Aumente seu nível consciência/percepção, tome atitudes claras, faça orações e exercícios que aumentem sua Luz!!!! Daí:*“Onde Deus passa, nada embaraça”*, nem mesmo a auto-sabotagem ou a tal inveja de si mesmo podem segurar ou impedir seu êxito…
* ESSA FRASE (mantra):”Onde Deus passa nada embaraça”, eu ouvi de uma benzedeira idosa, amorosíssima, quando eu tinha 13 anos por volta de 1969 e nunca mais esqueci. Sempre que necessito, eu “brado” esse mantra!!!!
A mulher, o sapo seco, o alquimista e a busca
Era uma vez uma mulher que se sentia muito insatisfeita em todos os níveis e foi consultar uma cartomante que lhe disse que a causa de todos os seus infortúnios era um sapo seco, guardado numa caixa, que foi enterrado no bairro em que ela morava na intenção da manutenção desses infortúnios. E partir disso, ela saiu por seu bairro que era muito grande, procurando áreas vazias onde ela pudesse cavar para encontrar a tal caixa com um sapo seco dentro, que era a causa de todos os seus infortúnios. Todos os dias essa mulher era vista pelo bairro com uma enxada na mão, cavando, cavando, procurando a tal caixa com o sapo seco dentro que era a ………………………………. . Um dia, ao cavar num lote vago num lugar bem ermo do bairro, ela sentiu que a enxada bateu n’alguma coisa que fez um barulho como se fosse uma caixa de madeira. Ao cavar mais atentamente e com cuidado, ela viu surgir da terra uma caixa de madeira com aspecto muito antigo e, limpando-a por cima, viu que havia em sua tampa uns escritos talhados que diziam que aquela caixa pertencera a um alquimista, que a enterrou ali e, ali dentro, estava o fruto de anos de trabalho e de pesquisas. A data inscrita datava mais de 200 anos atrás. Ao abrir a caixa, a mulher se deparou com muitas pedras caríssimas, como enormes diamantes e esmeraldas e muitos vidros com rótulos antigos que diziam: elixir da beleza eterna, elixir da alegria interior profunda, elixir da sabedoria, elixir da serenidade interior completa, elixir da paz celestial, elixir da simplicidade, e tantos outros elixires. Olhou tudo e disse: – Não é isso que estou procurando! Ela fechou a tampa da caixa, devolveu a terra por cima e saiu dali com sua enxada na mão procurando uma caixa que continha um sapo seco dentro, que era a causa de todos os seus infortúnios. 

André Lima, terapeuta que trabalha a desprogramação emocional nos diz:
“Talvez você já tenha ouvido o ditado – “quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”.
O caminho para a mudança e crescimento pessoal nem sempre é suave.Vou explicar a razão.
Existem sentimentos negativos que habitam no nosso campo emocional. Cada emoção negativa tem uma vida própria. Elas não fazem parte da nossa essência. São apenas energias que estão dentro de nós, mas que podem ser liberadas e dissolvidas. Entretanto, elas agem como parasitas, que se apoderam dos nossos pensamentos e usam nosso corpo para sobreviver. O somatório dessas diversas energias formam o “corpo de dor”, conforme ensina o autor Eckhart Tolle.
O corpo emocional de sofrimento tem vontade própria. Ele faz tudo para crescer, se alimentar e permanecer dentro nós, e é bastante astuto. Quando começamos a buscar autoconhecimento, terapias, filosofias de vida e outras coisas que podem verdadeiramente nos libertar do sofrimento, o corpo de dor se sente ameaçado. Ele começa então a agir sorrateiramente para que nos afastemos daquilo que pode nos curar.
Isso dá origem a diversos processos de auto sabotagem inconsciente.
Além do corpo dor individual, existe o corpo de dor coletivo. A energia do nosso corpo de dor se une à energia do corpo de dor das pessoas mais próximas, formando um campo emocional negativo mais amplo e intenso. Quando alguém tenta sair do sofrimento, o corpo de dor coletivo começa a agir colocando os membros ao redor para agir de forma que a pessoa seja afastada do que poderia curar seu sofrimento.
No caso da aluna que me escreveu, ela percebeu que seu marido começou a ficar ainda mais depressivo. À medida que ela começou a buscar crescimento emocional, foi ficando claro o quanto a relação com o marido a puxava para um estado de sofrimento maior. Tentou fazer com que ele buscasse ajuda também e entrasse no caminho do autoconhecimento, mas ele recusou. O marido está ainda imerso no seu próprio corpo de dor, iludido, achando que a causa do seu sofrimento tem origem fora dele, por isso pensa que não há nada que possa fazer. Já que ele ainda não despertou para se ajudar, ela tentou se afastar para se libertar da influência negativa, mas, sentimentos de culpa e pena (que também fazem parte do corpo de dor) acabaram fazendo com que ela desistisse. Quanto mais ela melhora, maior a chance de que venha a se afastar dele. O corpo de dor coletivo percebe tudo isso e o marido fica ainda mais depressivo, pois isso a faz sentir culpa e pena e continuam todos imersos no sofrimento. São processos que ocorrem de forma sutil e inconsciente. O marido não faz isso de propósito. Ele está sendo dirigido pelo seu campo emocional cheio de negatividade e nem tem consciência disso, e, se tiver, a consciência ainda é bem mais fraca do que a força da emoções negativas.
Por isso, é comum que resistências venham a ocorrer quando alguém vai em busca de melhorar a si mesmo, seja qual caminho for. O sistema emocional daquele grupo deseja permanecer do mesmo jeito. Alguém que queira sair desse campo se torna uma ameaça. Por isso muitas vezes a família vai rejeitar, desdenhar, hostilizar e se comportar de maneiras negativas para que a pessoa desista de forma que tudo continue sendo do jeito que sempre foi.
Acontecem também o que alguns chamam de “crise de cura” quando começamos a mexer e dissolver emoções ou quando queremos mudar algo melhor. É possível que, a partir do início de práticas terapêuticas, a pessoa sinta uma piora inicial no seu estado emocional. Isso pode ocorrer com outras terapias e técnicas como na homeopatia, massagem, entre outras. A negatividade que estava bem escondida e reprimida começa a emergir e a pessoa interpreta que está pior do que antes. Na verdade, o que ocorre é que a sujeira interna começou a ser revirada, e isso pode causar desconforto, da mesma forma que durante uma faxina em casa as coisas ficam aparentemente mais feias, para somente no final do processo surgir o brilho, a organização e o cheiro de limpeza.
No processo de limpeza e melhora também pode acontecer de haver um aumento de coisas negativas que começam a acontecer do tipo: perda do emprego, crise no relacionamento, rompimento de alguma amizade, perda de um bem material e etc., dando a sensação de estarmos em um “inferno astral”. Grandes mudanças podem ser precedidas de várias crises. São modificações necessárias, que as vezes não tivemos coragem de fazer por nós mesmos, que a vida acaba nos impondo.
Felizmente, nem todo mundo passa por tanta crise durante o processo de mudança. Quando isso acontece, o único caminho é ter paciência e persistência para continuarmos nos trabalhando. Certamente virá a bonança depois da turbulência.”
                             
Nas próprias palavras do grande estudioso da alma humana, Eckhart Tolle sobre o Corpo de dor:

“No caso da maioria das pessoas, quase todos os pensamentos costumam ser involuntários, automáticos e repetitivos. Não são mais do que uma espécie de estática mental e não satisfazem nenhum propósito verdadeiro. Num sentido estrito, não pensamos- o pensamento acontece em nós.
“Eu penso” é uma afirmação simplesmente tão falsa quanto “eu faço a digestão” ou “eu faço meu sangue circular”. A digestão acontece, a circulação acontece, o pensamento acontece.
A voz na nossa cabeça tem vida própria. A maioria de nós está à mercê dela; as pessoas vivem possuídas pelo pensamento, pela mente. E, uma vez que a mente é condicionada pelo passado, então somos forçados a reinterpretá-lo sem parar. O termo oriental para isso é carma.
O ego não é apenas a mente não observada, a voz na cabeça que finge ser nós, mas também as emoções não observadas que constituem as reações do corpo ao que essa voz diz.
A voz na cabeça conta ao corpo uma história em que ele acredita e à qual reage. Essas reações são as emoções.
A voz do ego perturba continuamente o estado natural de bem-estar do ser. Quase todo corpo humano se encontra sob grande tensão e estresse, mas não porque esteja sendo ameaçado por algum fator externo- a ameaça vem da mente.
O que é uma emoção negativa? É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso.
Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja- tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante. Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como o ego funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas. Uma emoção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia, um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos. Existe um termo genérico para todas as emoções negativas: infelicidade.
Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todo mundo carrega no seu campo energético um acúmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de “corpo de dor”.
O “corpo de dor” não consegue digerir um pensamento feliz. Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porquapenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia.
Não é que sejamos incapazes de deter o turbilhão de pensamentos negativos- o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso. Isso acontece porque, nesse ponto, o “corpo de dor” está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós. E, para ele, a dor é prazer. Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.
Nos relacionamentos íntimos, os “corpos de dor” costumam ser espertos o bastante para permanecer discretos até que as duas pessoas comecem a viver juntas e, de preferência, assinem um contrato comprometendo-se a ficar unidas pelo resto da vida.
Nós não nos casamos apenas com uma mulher ou com um homem, também nos casamos com o “corpo de dor” dessa pessoa.
Pode ser um verdadeiro choque quando- talvez não muito tempo depois de começarmos a viver sob o mesmo teto ou após a lua-de-mel – vemos que nosso parceiro ou nossa parceira está exibindo uma personalidade totalmente diferente. Sua voz se torna mais áspera ou aguda quando nos acusa, nos culpa ou grita conosco, em geral por uma questão de menor importância.
A essa altura, podemos nos perguntar se essa é a verdadeira face daquela pessoa – a que nunca tínhamos visto antes- e se cometemos um grande erro quando a escolhemos como companheira. Na realidade, essa não é sua face genuína, apenas o “corpo de dor” que assumiu temporariamente o controle.
Seria difícil encontrar um parceiro ou uma parceira que não carregasse um “corpo de dor”, no entanto seria sensato escolher alguém que não tivesse um “corpo de dor” tão denso. O começo da nossa libertação do “corpo de dor” está primeiramente na compreensão de que o temos.
É nossa presença consciente que rompe a identificação com o “corpo de dor”. Quando não nos identificamos mais com ele, o “corpo de dor” torna-se incapaz de controlar nossos pensamentos e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. Na maioria dos casos, ele não se dissipa imediatamente.
No entanto, assim que desfazemos sua ligação com nosso pensamento, ele começa a perder energia.
A energia que estava presa no “corpo de dor” muda sua freqüência vibracional e é convertida em “presença”.”

Para mim, Hércoles Jaci, um dos pilares da criação interna dessa auto sabotagem é a culpa, é a separação primal que temos do Todo. Foi a impregnação através, principalmente da religião, de que não somos merecedores.. Quem tem culpa tem débito, quem tem débito tem que pagar….E o pagar aqui é uma dívida forte, do tipo: “Você nunca tem direito à nada e daí se introjeta algo perigosíssimo para nossa felicidade: “-Eu não mereço!!!”
A auto sabotagem é movida pelo sentimento/introjeção interna dessa admonição “profética” de que eu não mereço e assim, claro- que inconscientemente- deletamos o positivo que vem ou virá para nós e sabotamos as bênçãos, já que “programamos” nosso destino de que sou devedor e por isso não mereço nada de bom…Ou seja, cada vez que o positivo chega a nós, um programa interno não reconhece a benção como nossa, como legítima, pois há débito arquivado e deleta….
Mas é necessário enfatizar novamente de que estamos falando de trabalho de bastidores, tudo isso é armado, sabotado em meio às sombras de nossa psique…. Penso que as doenças auto imunes podem advir desse quadro psicológico que deve ser tratado diariamente….
A maioria de nós têm esse padrão de uma forma mais leve ou não e isso deve ser trabalhado séria e diuturnamente. Principalmente tomando consciência que o padrão da auto sabotagem é inconsciente e inconsciência só se combate com consciência…Escuridão só se extingue com a luz……
A batalha maior é a de ser merecedor, merecedor de ser feliz!!
Então temos pela frente: muito trabalho interno, meditação, conexão com a luz, tomada de consciência, ficar atento, “orai e vigiai”, psicoterapia, exame diário e assim como as drogas e alcoolismo costumam ter recaídas…..
Por isso é uma batalha: a de ser merecedor, a de ser feliz, a de dar certo……Lutar diariamente para estar alinhado ao Grande Merecimento, de que eu sou digno de todas bênçãos e que eu me livro de todos os débitos e culpas, porque fui julgado pela subjetividade dos homens….. Fui julgado pela relatividade cultural que introjetei e necessito me colocar perante ao Absoluto ( só o Todo; só Deus é absoluto) e ir me limpando, me reciclando/atualizando a cada dia: “Senhor eu sou digno que entreis em minha casa e eu digo essas palavras e minha alma está salva da auto sabotagem.
EU MEREÇO TUDO DE BOM!!!” Que venham as bênçãos: instalei um programa para recebê-las com merecimento e agradecimento……
“Você pertence a quem tem autoridade sobre você…Quanto a isso não há dúvida……”Ibn Arabi- mestre sufi- séc 13 

Hércoles Jaci é psicólogo clínico há 35 anos e escreve nos “Escritos de alma para alma” no www.hercolesjaci.wordpress.com        


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá, aqui você é bem vindo para comentar avontade. Se for criticar, que seja com respeito!

Obrigada Por comentar.